O setor da construção civil é um meio onde a atualização é uma constante. Não bastasse a evolução natural por conta do desenvolvimento da tecnologia, de tempo em tempo surgem novos materiais, novas técnicas e novos produtos. Para apontar as inovações, é preciso ter ciência das áreas que atuam nas construções. As indústrias química, plástica, de pisos, cerâmicas e de sistemas de aquecimento agem diretamente sobre a obra. Dessa forma, construir transforma-se numa verdadeira arte.
Então, vamos a elas: Na indústria química, uma das novidades é os aditivos que permitem a obtenção do concreto auto adensável. A professora de engenharia, Patrícia Maggi, explica como ele funciona. “Este é um concreto que não precisa ser vibrado. Ele se espalha nas fôrmas por ação da gravidade.
Assim, é possível preencher fôrmas mais esbeltas e elementos com grande densidade de armadura, garantindo que não se formem vazios”, diz. Além dessas vantagens, o concreto auto adensável ainda tem outros pontos positivos, como boa durabilidade e uma resistência extra. Com o seu uso, também é possível aumentar a velocidade da construção e, dessa forma, terminar a obra em menos tempo.
Já na hidráulica, os principais ganhos se traduzem na versatilidade e na agilidade. O engenheiro Maurício Zandonai exemplifica. “Há uma rapidez em se trabalhar com o PVC (policloreto de vinila) e com o PPR (polipropileno copolímero random). Também há o cobre, que já há algum tempo tem substituído o ferro, as soluções em conexões e as demais facilidades para que o profissional desenvolva um bom trabalho”, diz. Outra “inovação” que tem despertado bastante interesse é o sistema de construção chamado de alvenaria estrutural. As próprias paredes garantem a sustentação do imóvel, dispensando as colunas e pilastras. O método em si não pode ser considerado uma novidade, pois já existe de longa data.
A inovação está mesmo na maneira como ele é realizado atualmente. A professora Patrícia aponta o que mudou. “Essa técnica foi renovada com a introdução dos blocos de concreto e dos blocos cerâmicos estruturais, que permitem a execução deste sistema com paredes de 14 cm ou 19 cm de espessura. Edifícios antigos, em alvenaria estrutural, tinham paredes com espessura da ordem de 80 cm”, salienta. A alvenaria estrutural apresenta vantagens, mas também desvantagens. Como a sustentação é feita pelas paredes, isso implica em não se poder realizar grandes reformas. A retirada de paredes e a implantação de janelas ou portas só podem ser feitas em locais que tenham sido previamente pensados.
Os avanços também podem ser verificados na indústria de aquecedores. Nessa área é possível destacar os painéis de aquecimento solar. Além de proporcionar um ambiente mais aconchegante, eles podem reduzir os custos com energia elétrica em até 50%. Assim como a alvenaria estrutural, os painéis já existem há algum tempo, mas agora estão se tornando mais acessíveis devido à grande demanda.
Estrutura e Decoração Existem inovações que, embora estejam mais voltadas para a construção propriamente dita, também desempenham função estética, podendo atuar como decoração. Nesses materiais enquadram-se os revestimentos. Cada vez mais bonitos e diferenciados, eles fazem proveito da tecnologia e da indústria química para ganhar em praticidade. “A indústria de cerâmicos lançou um material para o revestimento com absorção de água próxima a zero, com a proposta de permitir a execução de pisos com juntas muito finas. Devido à baixa absorção, este material é menos susceptível às manchas que o porcelanato”, diz a professora de engenharia. Outro exemplo são as “tábuas” de plástico.
Devido aos avanços da indústria plástica, atualmente existem materiais que se assemelham à madeira, tanto em sua rigidez, como na textura. Elas representam um dos avanços do conceito “ecologicamente correto”, do qual fazem parte também os móveis construídos com madeira proveniente de demolição. Existem ainda as novidades para a pintura. Além de ampliar a quantidade e melhorar a qualidade dos pigmentos, elas têm apresentado novas resinas, com maior durabilidade.
É o caso dos esmaltes à base de água. “Antigamente os esmaltes usados para pintura de metais e madeira eram dissolvidos em solvente. Hoje é possível encontrar materiais emulsionados em água. Eles têm menos cheiro e não são inflamáveis como o solvente”, diz Patrícia. As inovações permeiam todo o processo de construção. Procure bem, pois há sempre uma opção que você possa gostar.
Fonte:engenhariae